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As bandeiras da União Europeia hasteadas em frente ao Parlamento Europeu em Bruxelas. A UE tem atualmente 27 Estados-Membros, incluindo a Hungria. Agora que o país decidiu retirar-se do Tribunal Penal Internacional, muitos observadores colocam a questão: será que a Hungria vai abandonar a UE?

A Hungria abandona o Tribunal Penal Internacional - ameaça de saída da UE?

A Hungria é o primeiro país da UE a abandonar o Tribunal Penal Internacional (TPI), o que está a provocar tensões crescentes entre Budapeste e Bruxelas. Haverá agora uma ameaça de saída da UE? Que consequências teria isso para os cidadãos húngaros na Alemanha?
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Especialista em direito da imigração

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A Hungria é o primeiro país da UE a abandonar o Tribunal Penal Internacional (TPI), o que está a provocar tensões crescentes entre Budapeste e Bruxelas. Haverá agora uma ameaça de saída da UE? Que consequências teria isso para os cidadãos húngaros na Alemanha?

Parlamento húngaro vota a favor da retirada do TPI

Com uma clara maioria de 134 votos a favor, 37 contra e sete abstenções, o Parlamento húngaro votou a favor da retirada do Tribunal Penal Internacional.  

O Governo do Primeiro-Ministro Viktor Orbán considera que o TPI é um "instrumento jurídico com motivações políticas". A resolução adoptada afirma que a Hungria já não tem lugar numa "instituição tão politizada".

Motivo: mandado de captura contra o Primeiro-Ministro de Israel, Netanyahu

A decisão tem por base um mandado de captura internacional contra o Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o seu antigo Ministro da Defesa, Joav Galant. Estes são acusados de alegados crimes de guerra na Faixa de Gaza. 

Em abril, Netanyahu deslocou-se a Budapeste para uma visita oficial, onde foi recebido pelo Primeiro-Ministro Viktor Orbán. De acordo com as disposições do TPI , a Hungria teria sido obrigada a executar o mandado de captura contra o primeiro-ministro israelita.

No entanto, Orbán já tinha anunciado antecipadamente que a iria ignorar. Na presença de Netanyahu, o chefe de Estado húngaro descreveu o tribunal penal como um "instrumento político" e explicou que os mandados de captura contra os políticos israelitas eram uma das principais razões para a decisão do seu país de sair.

O rumo da Hungria afecta as relações com a UE

A retirada do TPI é suscetível de afetar ainda mais as relações já tensas entre a Hungria e a UE. O Governo de Orbán já foi criticado no passado por violações do Estado de direito, restrições à liberdade de imprensa e uma reforma judicial controversa. 

Particularmente explosivo: até à data, todos os 27 Estados-Membros da UE faziam parte do TPI. Quando a retirada entrar em vigor, dentro de cerca de um ano, a Hungria será o primeiro e único país da UE a deixar de pertencer ao Tribunal Penal Internacional.

A Hungria está a abandonar a UE?

O próprio Orbán alimentou recentemente a especulação sobre a possível saída do seu país da UE. Num fórum organizado pelo partido no poder, o Fidesz, em abril de 2025, afirmou que a Hungria provavelmente não teria aderido à UE em 2004 se a União já tivesse assumido a sua forma atual.

"Chegará um momento em que teremos de considerar seriamente a possibilidade de sair", disse Orbán. Ao mesmo tempo, no entanto, sublinhou que essa saída teria de ser cuidadosamente ponderada. 

A saída só se justificaria se as desvantagens da adesão à UE fossem claramente superiores às vantagens. "Na perspetiva atual, esse momento ainda não foi atingido", acrescentou. O Comissário salientou ainda que a saída da UE só seria uma opção para a Hungria se as condições fora da União fossem claramente mais favoráveis.

Que consequências teria isto para os cidadãos húngaros na Alemanha?

A saída da Hungria da UE ainda não está, portanto, em cima da mesa. No entanto, as últimas declarações de Orbán fizeram com que os observadores se sentassem e prestassem atenção. Para os cerca de 200 mil húngaros que vivem na Alemanha, em particular, a saída da UE teria consequências de grande alcance:

Perda da liberdade de circulação na UE

Enquanto Estado não pertencente à UE, a Hungria passaria a ter o estatuto de país terceiro. Os cidadãos húngaros deixariam de ter a liberdade de viajar sem restrições dentro da UE - para viver, trabalhar e estudar.

  • Os cidadãos húngaros terão de requerer autorizações de trabalho
  • As estadias podem exigir um visto
  • As qualificações profissionais e académicas deixariam de ser automaticamente reconhecidas

Alteração do direito de residência

Muitos húngaros que vivem na Alemanha (ou noutro país da UE) seriam obrigados a reorganizar o seu estatuto de residência.

  • Terão de ser solicitadas novas autorizações de residência
  • O reagrupamento familiar a partir da Hungria deixará de ser garantido

Obstáculos económicos e burocráticos

Não só os indivíduos, mas também as empresas seriam afectados.

  • As transferências de dinheiro entre a Hungria e a Alemanha tornar-se-ão mais complicadas
  • Os controlos nas fronteiras restringiriam a livre circulação de bens e pessoas
  • As empresas húngaras devem contar com novos requisitos legais no domínio do comércio

O nosso conselho para si:

Embora a saída da Hungria da UE não esteja atualmente iminente, as últimas declarações do Primeiro-Ministro Viktor Orbán mostram que esse passo não pode ser excluído no futuro. Para os cidadãos húngaros que vivem permanentemente na Alemanha, tal poderá ter consequências graves para o seu estatuto de residência, liberdade de circulação e segurança social.

A nossa recomendação: verifique a possibilidade de se naturalizar na Alemanha. Enquanto cidadão alemão, beneficia de todos os direitos da UE, mesmo que a Hungria saia da UE. Tem também a possibilidade de optar pela dupla nacionalidade.

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